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O TRABALHO FECUNDA A VIDA!

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A natureza realiza o trabalho para produção da vida. O ser humano trabalha para extrair ou produzir algo que garanta a manutenção da vida para si e para outros. Portanto, trabalhar significa cuidar da vida.
 
Sim, é verdade, o trabalho sustenta a vida humana – sustenta, no sentindo de possibilitar recursos financeiros para, dentre outros, alimentar, morar, vestir; sustenta, porque possibilita que produtos sejam ofertados para alimentação e consumo; e sustenta a vida psicológica humana, visto que é através do trabalho que transformamos, que fazemos florescer novas formas de ser e de viver e, assim, damos sentido à nossa vida. Dessa forma, podemos dizer sem medo de errar: sem o trabalho, a vida não se sustenta.
 
Veja só como o trabalho dos animais pode confirmar o que dissemos acima e também como ele pode nos inspirar. Vamos ao exemplo das abelhas que formam uma sociedade extremamente harmoniosa. O número de abelhas que vive em um mesmo espaço chamado colônia ou colmeia é muito expressivo - são 60 mil abelhas (segundo estudiosos) trabalhando juntas e com uma divisão de tarefas que obedece a uma hierarquia.
 
Existe apenas uma rainha que é o indivíduo mais importante da colmeia, porque sua função é reproduzir (a postura dos ovos cabe somente a ela, sendo a única fêmea fértil da colmeia) e manter a harmonia do grupo.
 
O zangão é outro indivíduo responsável pela continuidade da vida da colmeia. Os zangões são responsáveis por fecundar a rainha.
 
E, completando o quadro de distribuição de trabalho desses animaizinhos sociais, temos as operárias. Elas trabalham duro na colmeia. Umas são responsáveis pela coleta de pólen e néctar, garantindo o alimento e a água para a colônia; outras cuidam para que a estrutura da colmeia seja mantida, fazendo os devidos reparos nas células, limpando a colmeia e construindo novas células para guardar mel ou abrigar os ovos postos pela rainha; existem aquelas que alimentam a rainha, os zangões, as larvas que estão por nascer. Mas não para por aí o trabalho desses laboriosos insetos - existem ainda aqueles que guardam a entrada da colmeia contra possíveis invasores.
 
Além da organização social das abelhas, existe outro aspecto que desperta em nós grande interesse: a arquitetura da sua colmeia. A construção dos favos com seus alvéolos é feita pelas operárias com tamanha perfeição que nos encanta. Os alvéolos são células hexagonais que as abelhas constroem de maneira que haja melhor aproveitamento do espaço, ou seja, elas produzem um favo de mel de paredes leves e firmes com a mínima quantidade de cera para armazenar a maior quantidade de mel possível. Sem dúvida, é um trabalho primoroso o das abelhas! Há harmonia na realização dele, porque cada uma cumpre adequadamente a sua função.
 
Há muitos outros exemplos de animais cujo trabalho nos causa admiração. Podemos ainda citar a maneira engenhosa utilizada pelos cupins na construção de suas moradias.  Essa “tecnologia” já inspirou a construção de um shopping no Zimbabwe na África. A construção dos cupinzeiros é feita de tal forma a controlar a temperatura ambiente, mantendo umidade e ventilação adequadas.
 
Acrescentamos também as formigas que, como as abelhas, assumem papéis bem definidos no formigueiro.  Além disso, são insetos muito fortes, pois têm a capacidade de transportar de 10 a 50 vezes seu próprio peso corporal. Isso não é pouca coisa, não é verdade?
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E existem as formigas que vivem na África Central e no Sudeste Asiático, que têm uma característica interessante: elas são tecelãs, pois constroem seus ninhos com folhas de árvores, usando seda de larvas para juntá-las. Veja que obra-prima!
 
Voltemos agora ao trabalho como ação humana, como forma de fecundar e preservar a nossa vida.

 

O poeta, escritor Wellington Armanelli, que também foi médico, professor, dono de rádio, dono de escola que, dotado de um espírito investigativo, inovador, criativo e realizador, dedicou a sua vida ao trabalho diversificado e a propagar a importância deste na vida das pessoas. Como médico psiquiatra, entendeu que muitas doenças poderiam ser evitadas, se o trabalho educativo fosse realizado com a devida atenção e cuidado. Por isso, deu grande ênfase ao seu trabalho como educador.

 

Tanto nos seus textos poéticos quanto nos textos em prosa, podemos observar a sua dedicação na busca do desenvolvimento da saúde integral do ser humano. E, como não poderia deixar de ser, considerava a infância uma etapa da vida merecedora de toda atenção, visto ser a época em que a fundação das bases - física, moral, intelectual, psicológica são construídas. E trabalhou incansavelmente para disseminar práticas capazes de promover o desenvolvimento integral da criança, especialmente, e também de adolescentes e adultos.

 

No poema abaixo, é possível observar a dimensão que W. Armanelli considerava que o trabalho representa na vida humana.
De forma pedagógica, colocamos a pergunta que cada estrofe irá responder.
 
O que fecunda a vida? O que dá a ela sentido e a faz florescer?
 
O TRABALHO
 
Qual o caminho capaz de nos conduzir à riqueza?
Quem quiser trilhar confiante
O caminho da riqueza
Que entre firme no trabalho
Não se afunde na moleza.
 
Como se aprende a dar o devido valor ao dinheiro?
Não é nobre o “bon-vivant”
Que dinheiro pôde herdar
Gasta fácil o que difícil
Custou muito pra ganhar.
 
Só se trabalha para obter bens materiais?
Só o trabalho dignifica
E nos dá compensação
Seja rico ou seja pobre
Trabalhar é obrigação.
 
Por que trabalhar?
O que vive em sociedade
Tem dever de produzir
Se recebe, tem de dar
Pra poder retribuir.
 
Qual o segredo para ser um vencedor?
Se você pretende ser
Rico, forte, um vencedor
Desde cedo vá em frente
Trabalhando com vigor.
 
Veja o encadeamento das ideias apresentadas nessas cinco estrofes:
 
1ª estrofe – O êxito, o sucesso, a riqueza são frutos do trabalho, do esforço de cada um.
2ª estrofe – Se o que tenho não for fruto do meu esforço, do meu trabalho, dificilmente, terei condições de valorizar e manter esses recursos.
Entretanto, vale esclarecer que não é uma regra concluir que todo aquele que obtém riqueza através de herança não terá condições de valorizar o esforço daqueles que lhe deixaram esse legado. É verdade que há muitos exemplos de pessoas que, através do seu próprio trabalho, multiplicam a riqueza recebida e faz uso dela de forma a favorecer outras tantas pessoas, através de geração de empregos e de outras formas de contribuição.
3ª estrofe – Por meio do trabalho, todos nós, ricos ou pobres, temos a obrigação de devolver à vida o que dela recebemos.
4ª estrofe – Vivemos em uma sociedade, portanto, cabe a cada um de nós desempenhar bem o trabalho a que nos propomos realizar.
5ª estrofe – Para que se possa usufruir o bem que o trabalho proporciona, faz-se necessário, desde cedo, dar o devido valor que ele tem.
 
Bem sabemos que há pessoas que consideram o trabalho um fardo, uma sina, uma tarefa imposta pelas circunstâncias. Com certeza, essas pessoas não poderão desfrutar o sentimento de alegria que o trabalho realizado com cuidado, com dedicação e com amor é capaz de nos proporcionar.
O poeta Manuel Bandeira disse: “Há poemas perfeitos, mas não há poetas perfeitos.”. Em todas as formas de trabalho, podemos aplicar esse preceito – não somos perfeitos, mas podemos realizar um trabalho perfeito. Isso acontece quando nos colocamos por inteiro na sua execução, quando imprimimos nele a nossa personalidade, e nos dedicamos de corpo e alma à sua realização.

 

Só nos resta desejar que você tenha o entendimento e a disposição necessárias para viver toda a ventura que um trabalho realizado com atenção, cuidado, sensibilidade e dedicação pode oferecer.
 
Bom trabalho!

 

 

Nádia de Azevedo Porto
Consultoria e Assessoria Pedagógica
Desenvolvimento de práticas que oportunizam melhores resultados pedagógicos, baseadas em evidências científicas.
npdirecaopedagogica@gmail.com